Boa noite. É novamente Natal!
E é com a nossa boa tradição, que festejamos, com alegria, a festa da família. Festa de amor, de união, carinho e amizade.
A amizade que nos une pelo nosso destino coletivo, de fazer o bem para vivermos cada vez melhor em cada uma das nossas ilhas.
Esta é a época de celebrarmos, de refletirmos e de partilharmos os valores fundamentais para a nossa vivência em comunidade. De contribuirmos para a paz e esperança no mundo, que estão, agora, muito abaladas e em perigo, cada vez mais próximo de nós.
Um mundo que, como nunca, desafia agora, com mais exigência, a nossa resiliência e a nossa consistência.
Mas devemos ao Natal a inspiração da esperança e da renovação da vida, fundada na fé e na solidariedade. É o nascimento do Menino Jesus, que, na nossa cultura, nos incita ao amor ao próximo, à procura do bem comum, à incorporação de valores mais elevados, contra o egoísmo, nas nossas vidas.
Inspirados pelo seu nascimento, a nossa capacidade de união e de apoio entre nós todos deve destacar-se.
Sobretudo junto daqueles que estão mais vulneráveis, transformando a nossa responsabilidade, o nosso amor ao próximo e os nossos compromissos em alicerces sólidos e concretos do nosso dia a dia em comunidade.
Seguimos, como nos disse o nosso Papa Francisco: “se consigo ajudar uma só pessoa a viver melhor, isso já justifica o dom da minha vida”.
Prosseguir com a edificação de um mundo onde a compreensão mútua prevaleça sobre a indiferença e a paz sobre a discórdia é uma oportunidade de fazermos bem o bem que todos precisamos.
Do Natal, não devemos esperar apenas a celebração.
O Natal é oportunidade de inspiração para a partilha de momentos significativos, não só com aqueles que amamos, mas também com aqueles que necessitam de nós.
Nos Açores, valorizamos os nossos momentos de tradição e de fé.
São as tradições, com toda a sua riqueza cultural, que nos dão a nossa identidade, de que tanto nos orgulhamos.
Como nos deve orgulhar, também, o caminho que fazemos, rumo ao futuro dos nossos filhos. Combatendo o isolamento, promovendo o nosso desenvolvimento.
A criação de progresso é muito mais do que um simples objetivo do pensamento. Tem de ser fruto do nosso trabalho coletivo e sustento do desenvolvimento que queremos.
Estamos próximos do Ano Novo. Ano de desafios e oportunidades. Ano de participação e de decisão. Ano Novo de responsabilidades e atitudes.
Agora nos Açores, mais pessoas empregadas geram mais e novas oportunidades, mais estabilidade e mais previsibilidade às famílias açorianas.
Agora nos Açores, para uns um envelhecimento digno e com mais qualidade. Para outros, um crescimento mais apoiado. Mais famílias juntas nos seus lares, com os seus mais velhos e mais novos.
Os mais velhos estão a ser alvo de atenção especial, com programas e apoio que visam o seu conforto e segurança nas suas próprias casas. Os mais novos nossa prioridade no sucesso educativo nos Açores.
Para todos, melhores cuidados de saúde.
Os desafios globais estão também na nossa vida aqui nos Açores. Testam a nossa resiliência e as nossas capacidades mais do que nunca.
Recomendo a cada um de nós uma séria autoavaliação. Avaliação às nossas forças e oportunidades. Avaliação às nossas fraquezas e ameaças.
Tudo para, com ponderação, estarmos melhor preparados para participar, intervir e decidir. Sermos justos connosco próprios e com os outros.
Deixarmos que o espírito altruísta desta época nos inspire nos nossos gestos de bondade e de solidariedade.
Deixarmos que a fibra resiliente e laboriosa, que herdámos dos povoadores das nossas ilhas, seja a nossa inspiração ao abraçarmos os desafios modernos.
Deixarmos que o espírito do Natal nos inspire a valorizar ainda mais a açorianidade, que nos enriquece.
Confiemos em nós e nas nossas capacidades coletivas de trabalho.
Recordo aqui o que me disse uma cuidadora domiciliária com quem me cruzei recentemente e cito: “o amor não se paga”, fim de citação. O amor é importante e faz falta. É uma verdade que justifica o dom das nossas vidas.
Pelo seu e nosso presente, pelo futuro de todos nós, dirijo um abraço amigo a todas as famílias.
Estejam elas na nossa terra ou na diáspora, que mesmo fisicamente distante das nossas ilhas, têm presente, em cada tradição, em cada memória compartilhada, os Açores e os nossos valores e princípios – 2024 apela a todos estes valores, mas também chama todos à participação responsável e lúcida, exercida em liberdade.
Todos seremos chamados a contribuir para a definição política do nosso futuro coletivo, como açorianos, como portugueses e como europeus. Ninguém se devia abster porque todos têm o direito e o dever de participar. Porque todos precisamos uns dos outros.
A cooperação, a estabilidade e a paz são indispensáveis ao progresso e desenvolvimento da nossa terra, do nosso país, da União Europeia e do mundo.
A todos, um feliz Natal e um feliz Ano Novo!